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17/11/2025

Jonas Filho
12/10/2025 13:14 16/11/2025 06:00

Há um mês, um pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal de Aldeias Altas jogou uma bomba sobre a população. A vereadora e presidente da Casa, Reneia Ferreira, fez um alerta público e gravíssimo: entre os onze vereadores do município, esconde-se um pedófilo muito perigoso que estaria "pegando as menininhas" de doze a treze anos da cidade.

O recado foi direcionado às famílias e às meninas: "tenham muito cuidado".

De lá para cá, o que se viu foi um silêncio ensurdecedor.

A presidente da Câmara, que detém a autoridade do cargo, nunca identificou publicamente o acusado. Lançou a acusação e recuou para o silêncio, deixando uma cidade inteira à mercê do pavor e da desconfiança.

E, talvez ainda mais assustador, nenhum dos outros dez vereadores se levantou publicamente para cobrar da presidente que nomeie o acusado. Onde está o exercício do mandato? Onde está a coragem cívica de colocar a segurança das crianças acima de qualquer interesse político? O silêncio unânime dos edis gera uma pergunta inevitável: todos têm medo de Reneia Ferreira?

Enquanto isso, Aldeias Altas vive sob um clima de terror. Pais e mães olham para cada canto, desconfiam de cada rosto, e suas filhas são instruídas a ter "cuidado" com uma ameaça fantasma, protegida pelo foro privilegiado do silêncio e da omissão.

Uma acusação dessa magnitude não pode ser um instrumento de poder para ser usado e depois abandonado. É uma bomba-relógio social.